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sexta-feira, 30 de junho de 2017

EU GOSTO DE MIM!

AUTO RETRATO

EU GOSTO DE MIM! ....

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)




Aprendi a GOSTAR DE MIM...



(Aprendi que GOSTAR DE MIM, é não fingir aos outros que gosto deles.)

Gosto de mim, quando me dou presentes, não espero ganhar dos outros.


Gosto de mim, quando estou ausente...
Das hipocrisias cotidianas.
Gosto imensamente de mim, quando não tenho regras
A serem cumpridas por imposições,
Gosto de mim, quando contemplo o Mar


Sem limites, sem horizontes,
E vago em minhas velas imaginarias sem destino.
Gosto de mim ao passar em uma florista
E escolher a flor do dia, pode ser uma Tulipa, uma Rosa...


Para debruçar-me sobre sua beleza e lhe dedicar um poema feito ao acaso.
Gosto de mim, sem modismos,
Gosto de mim, sem o inconformismo convencional,
Sou verdadeiramente intensa e irrequieta com padrões medíocres.
Gosto de mim procurando rotas de um rio
Gosto de mim ao contemplar no mar, ondas bravias a bater em pedras pujantes.
E que depois das ondas no seu bailar, continuam intactas e soberbas.
Gosto de mim, ao escolher minha música preferida
Sem dividir com medíocres seus gostos insanos.
Gosto de mim, ao sorver um Tawny sem pressa
Numa taça translucida de desejos.
Gosto de mim, ao passear em belos jardins europeus. E amo contemplar a florada das Camélias, e Tílias.


Este sim, é um verdadeiro gostar.
Gosto de mim, quando me delicio com morangos frescos,

E nem gosto de diamantes.
Gosto de mim quando vou a um verdadeiro mercado de sabores do mar, e posso escolher meu pedaço de Salmão fresco, que será somente presenteado com sal do Algarves e gotas de limão siciliano, e depois adormecido em manteiga com sal.


SOU ASSIM!
GOSTO DE MIM!
GOSTO DE MIM, SEM PRESSA, SEM PINTURAS, SEM RETOQUES, SEM FRESCURAS....
Gosto de mim, ao ir a um lançamento em Lisboa de uma obra onde sou coautora com tantos mestres e doutores, sim, fizeram doutorado e na Europa.
Gosto de mim.... Quando me debruço sobre a história ao visitar Museus e suas exposições originais, caminhando sobre as telas e dividindo com o autor a sensação de descobrir novos universos dentro das artes.


Gosto de mim, quando volto a infância e revejo na lembrança meus belos cachos de menina afro.
E gosto de mim quando na velhice posso usa-los de novo sem medo.
Gosto de mim, quando desprezo olhares insignificantes e críticos, que nada me comovem ou me tocam, ou me acrescentam.

E gosto de meus olhos da cor de mel, com pouco de fel, quando servem para observar hipócritas e medíocres.
Gosto de mim, com poucos segredos.
Gosto de mim, ao pôr do sol,
Ao amanhecer
Ao anoitecer....
Gosto de mim ao fazer um poema sem a pretensão de satisfazer algum leitor.
Gosto de mim em RETRATOS EM PRETO E BRANCO.


GOSTO DE MIM, QUANDO QUERO VIAJAR, amo viajar para bem longe...
Só lamento não ter dinheiro para ir a lugares que desejo,
Mas, já gosto de mim o suficiente quando cheguei a muito Países pelo mundo.
Gosto de mim ao sentar em um aeroporto e escutar tantas línguas diferentes.
E meu olhar sorri internamente, e digo, gosto de mim, porque estou aqui.
Gosto do barulho de um motor de avião, porque ele poderá me levar a tantos lugares que amo.
Gosto de mim ao caminhar na orla do Douro e não ver ninguém que enxergava antes.


Gosto do gosto do anônimo na minha reta.
Gosto de mim, sem medo.
Gosto de mim com meus segredos, que não compartilhei,
E não vou compartilhar,
Aprendi que o tempo, me deu discernimento, não demência.
Gosto de mim, sem pedir piedade,
Gosto de mim, quando não recebo esmolas,
Gosto de mim, quando me ergo altiva, mesmo com meio século de vivencia.
Gosto de mim, quando tiro da dor, experiência.
Gosto de mim, quando, não quero mais chorar,
Gosto de mim, quando não mais preciso implorar...
Gosto de mim, na minha presença,
Gosto de mim, na minha ausência,
Gosto de mim, sem clemencia,
Gosto de mim, quando não sou SOMBRA.
E gosto de mim, quando deixei de idolatrar medíocres e lixos.
E no auto- retrato de tantos artistas famosos que já contemplei PELO MUNDO.
Faço meu AUTO RETRATO, sem telas ou tintas...


GOSTANDO VERDADEIRAMENTE DE MIM.





domingo, 25 de junho de 2017

A SENSATEZ DE UM IGNORANTE!

ARTIGO DE DOMINGO

25.06.2017
A SENSATEZ DE UM IGNORANTE!




“Porém, vale a PRUDENCIA: Quando o navio afunda, os RATOS correm para a margem. ”


(Adeus! AMIGO, não posso ficar com você aqui (PRISÃO, vou te visitar assim que sair.)


BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)

ARTIGO DE DOMINGO

25.06.2017


A SENSATEZ DE UM IGNORANTE!


“Baltazar Gracian – escreveu que a PRUDENCIA É UMA ARTE


Arrogante “acha” que só ele é o sábio, mas, quando sabiamente observamos e interpretamos as PALAVRAS sabias ditas por muitos IGNORANTES, sim, a maioria IGNORA, ou desconhece o sentido cientifico e filosófico das palavras, mas, SABE, a sua maneira, muitas vezes CABOCAS, nortistas, ribeirinhas, interpreta-las melhor do que quem foi a Universidade, é preciso escutar atentamente.


“Sabe Dona, as pessoas grandes, pensam que ainda somos bestas, olha só: o Juiz não era amigo do deputado ladrão? E a autoridade da justiça vive na casa do Prefeito, como é que ele vai trabalhar, se quem vai julgar seus processos, come no mesmo prato? ” (Caboco na Beira do Igarapé das Mulheres)

E aí, EU tive que sair de fininho sem OPINAR, para não começar uma discussão.
Porque a minha OPINIÃO não é igual à do Juiz, do desembargador..., mas, sim, coerente com a norma, que a autoridade do judiciário CONHECE MUITO BEM.

·         Se o Prefeito NÃO trabalha, ele vai ter problemas na justiça para se explicar sobre suas despesas e gastos dentro da Lei de Responsabilidade fiscal em vigor. (E quando for preso, vai ficar sozinho...)
·         Se a autoridade que vive fazendo MEDIA na casa do Prefeito e do LADRÃO, ou do Prefeito Ladrão (?) ela também vai se explicar junto a corregedoria do CNJ, quando os processos dele (Prefeito (?) ) chegarem por lá e não forem analisados e fiscalizados, além de PROCESSADOS como deveriam ser. São dezenas ou centenas de CRIMES cometidos, desde omissão, prevaricação ou corrupção passiva....

·         Sem entrar no mérito da AMIZADE entre ladrão e autoridade, TODOS têm direito a ESCOLHEREM seus amigos. Mas, o bom senso, a prudência, a precaução, são como canja de galinha...)

·         Mas, para Baltazar Gracian, a PRUDENCIA deveria vir em PRIMEIRO LUGAR, já que cargo público, tem LEI, tem estatuto, tem corregedoria, tem processo, tem aposentadoria compulsória, tem perda da função....
·         E aí o CABOCO com seus pensamentos SABIOS, antecipou a reflexão: sim, o gestor precisa TRABALHAR,

·         Veja um exemplo:
·         Alimentos que são essenciais para a VIDA, devem ser comercializados em ambiente HIGIENICAMENTE fiscalizados pela vigilância sanitária, segundo a segurança alimentar e as normas de biossegurança, mas, aqui no Amapá, é diferente, o local que deveria servir para comercializar ALIMENTOS, virou um deposito de lixo, e o Prefeito fez um monte de BARRACAS DE MADEIRA em via pública na área central da cidade, e a FEIRA que deveria ser SEGURA, não é.

·         E aí: locais que não são para comercialização, viraram FEIRAS LIVRES.

·         FAZER O QUE?

·         Se quem deveria FISCALIZAR e punir, é AMIGO DO GESTOR?
·         E o CABOCO TEM RAZÃO!

·         A SENSATEZ DE SUA IGNORANCIA.

“Porém, vale a PRUDENCIA: Quando o navio afunda, os RATOS correm para a margem. ”


(Adeus! AMIGO, não posso ficar com você aqui (PRISÃO, vou te visitar assim que sair.)

sábado, 24 de junho de 2017

A POESIA DE NECA MACHADO NO PREMIO "SARAU BRASIL 2017"- TAMBEM NO DE 2016

NECA MACHADO NO PREMIO SARAU BRASIL 2017


FAZ PARTE DOS 250 POEMAS CLASSIFICADOS.
ESCOLHIDA ENTRE 3.706 POETAS DO BRASIL.



Orientado por edital público, o Concurso Nacional Novos Poetas, Prêmio Sarau Brasil 2017,
 recebeu no período de 05 de março a 05 de junho de 2017, o total de 3.706 inscrições de todo o Brasil.
A Vivara Editora Nacional, informa que recebeu da comissão julgadora no dia 20 de junho,
a lista protocolada dos 250 candidatos classificados no processo seletivo.

Parabéns! 
O seu poema foi classificado e fará parte do livro, 
Antologia Poética, Prêmio Sarau Brasil 2017.

É um orgulho fazer parte desta grande comunidade literária. Novos Poetas.

Seu editor,
Isaac Almeida

   
Lista dos classificados publicada em 22 de junho de 2017.


quarta-feira, 21 de junho de 2017

A MENINA E A TECNOLOGIA

CRONICA DE DOMINGO- 18.06.2017

“A MENINA E A TECNOLOGIA” (Laura Haase-05 anos)


BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)

Por um momento ela se entregou a modernidade.
Ama a tecnologia.
Laura tem 05 anos, sabe manipular as teclas com a maestria de um especialista, sabe utilizar os recursos melhor do que EU sua avó (paterna) com 55 anos.
Ao contemplar seu olhar vidrado na tela de um simples celular, percebi o quanto ela se empoderou da tecnologia.
E naquele momento percebi que as cantigas de rodas, as lendas que tanto escrevo, os mitos que investigo, as canções de outrora, nem lhe fazem falta.

Laura é a pura expressão da mudança do tempo.

Com apenas cinco anos, viaja, sonha e interpreta seus próprios desejos sem o saudosismo de outrora, nas telas da modernidade.
Já nem gosta de canções de sapo cururu, de dona baratinha....
Os nomes de seus seriados são todos modernos, que desconheço.
Quando está ao meu lado, fala de um desenho que nunca assisti.
Se vamos a um shopping, ela quer a camisa da heroína, que nem sei quem é, outro dia me pediu uma sapatilha com ioiô de alguém que nem sei que existe.
E repetia “Vozinha. ”
E aí, me ganhou por inteiro.
“Sabe que com seu simples jeito de afeto, me emocionou. ”
Gosto de afeto real, sem medidas, sem interesses, sem hipocrisia.
AMO a companhia de Laura, que em homenagem ao meu esposo acrescentou Haase em seu nome.
E seu olhar de modernidade, me cativou.

Quando estive em Portugal, só pensava em Laura.
Quando ia a um Museu, quando via um parquinho cheio de crianças bem vestidas e elegantes, quando andava sozinha na orla do Rio Douro, pensava em Laura o quanto ela amaria ver as gaivotas, em vê-la caminhando altiva nas escadarias da Casa da Musica na cidade do Porto, pensava em Laura quando visitei grandes livrarias como a Livraria Lello, onde milhares de livros infantis fariam seus sonhos serem realizados.
E talvez um dia ela possa visitar a Europa, e saber que já esteve por lá em meus pensamentos.

Mas, ela já está na Europa, com seus 05 anos, dentro da TECNOLOGIA dos desenhos infantis modernos e dos seriados que tanto ama.
E com ela a nova safra de novos tecnólogos mirins invadem o mundo.
São as famosas crianças dos tempos modernos, cheias de sonhos e de desejos com seus brinquedos modernos e cheios de TECNOLOGIA.
Mas ficará na minha memória, o seu eterno jeito de menina CATIVANTE, que derrete meu coração, quando me chama de “Vozinha. ”

Obrigada Laura Haase por seus momentos de pura felicidade.

sábado, 17 de junho de 2017

NECA MACHADO

CONTOS QUE ENCANTAM

PARTE 01




“CONTOS QUE ENCANTAM...”

CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)








CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE

Imponente sobre a Pedra do Guindaste que desabrocha no leito do Rio Amazonas em frente a cidade de Macapá no estado do Amapá, a bela imagem de São José, esculpida pelo português Antônio Pereira da Costa, é a mais presente testemunha de que há um mundo invisível ao seu redor.
A Pioneira já próximo de seu centenário querendo como que abrir sua caixa de memorias, resolveu encantar seus ouvintes privilegiados com suas estórias sabiamente eternizadas por décadas em um livro escrito com pensamentos. Começou dizendo que o Santo angustiado com a cidade, não queria olha-la de frente, ficou décadas de costa para Macapá, depois de muitas estórias, segundo ela, ele foi virado e está de lado para contemplar a saudade do belo Igarapé das Mulheres, nem de frente, nem de costa, de lado, repetia ela com seu sorriso enigmático.
E continuou!
Só ele, apontava para São José, só ele; conhece os verdadeiros segredos daPedra do Guindaste.
Ele sabe que a criança jogada ao Rio pela Mãe em um momento de depressão pós-parto, e que nunca foi encontrada pelas autoridades, vaga em noite de lua, brinca de peteca ao lado da pedra, empina papagaio ao amanhecer, mas, gosta também de encantar os Botos com sua canção infantil, talvez, segundo ela um dia vire Boto de verdade. Mas, muitos pescadores já o espantaram da proa de suas canoas, ele sempre gosta de aparecer sem ser convidado, quando um pescador faz um fogo para muquiar um peixe, parece que ele vem também querer um pedaço. E continuou: A Mulher da Lua, você lembra da Mulher da Lua? E o ouvinte sacudiu a cabeça que não. A Mulher da Lua só aparece em noite de Lua cheia, surge como por encanto saída das nuvens e desagua na Pedra do Guindaste, diz ela que já encantou muito pescador, vem vestida de prata como escamas de Pirarucu, tem um batom na boca tão forte que parece a cor do urucum, encanta, repetia ela, já deixou até homens loucos que foram parar no hospital de psiquiatria, lembra? E questionou, fite a Lua em noite de Lua cheia que o rosto dela está lá, se você tiver sorte, ela vai sorrir para você, mas se tiver de azar ela vai te assustar, cuidado, é um aviso, repetiu.
E o ouvinte sacudia a cabeça que não.
E continuou:


Lembra do Homem sem pernas?
E a cabeça do ouvinte de novo balançava fazendo um sinal de não.
Me lembro, falou ela entre um suspiro profundo, que parece que, quando foi achado numa manhã de segunda feira, por carregadores de açaí, os peixes já tinham comido suas pernas, só veio o toco, disse ela, ainda tinha um pedaço de osso de fora. Cruz credo, se benzeu.
Minha comadre lembra que quando foi colocado próximo do trapiche, parece que um grito saiu de sua garganta, mas ele também vive na Pedra do Guindaste,afirmou. Só São José sabe de suas traquinagens, e ele não gosta de velas não, dizem que um dia fizeram um despacho na pedra, e de manhã ele parece que não gostou apareceu para os que ficaram, corria atrás dos que não conseguiram disparar na carreira, e deixou muito caboco de cabelo em pé, ao vê-lo correr sobre a lama de madrugada sem pernas, dando cambalhotas no ar, Cuidado, sentenciou, cuidado.
Tu lembras do Índio? E ele (ouvinte) de novo com a cabeça em sinal de não.
Dizem que ele veio do meio da floresta, e sem conhecer ninguém por aqui, resolveu fazer amizade com uns cachaceiros e depois de muita bebedeira correu para o Rio Amazonas, se afogou e morreu, mas, volta, ele volta sim: disse com convicção, dizem que gosta de dançar ao redor da Pedra do Guindaste, gosta muito de chuva, e quando tem um vendaval ele aparece no meio da tempestade.


E da Mulher da Vida? Sim, ela dava vida aos pobres que a procuravam, fazia os felizes em suas fantasias, lembro que depois de uma noite de prazer, próximo do canal onde tinha uns puteiros, lembra? E o ouvinte já cansado de tanto balançar a cabeça e talvez até com medo, repetia que não. Voltando: depois da noite de farra o cliente não quis pagar, e ela tinha uma Gilette, lembra? Com muita coragem, cortou a cara dele, mas, ele, muito brabo, deu tanto nela que ela foi encontrada morta sem roupa na beira do rio, seus olhos pareciam um buraco sem fim, seus cabelos negros, lindos lembra ela, faziam parte da maré, num vai e vem, quando seu corpo ficou à espera da polícia, dizem que ela anda por aí, gosta de rodear aPedra do Guindaste.


E dos Bois? Lembra?
E de novo sua cabeça dizia que não.
Olha vou te recordar, lá para as bandas do Elesbão tinha o matadouro, lembra?
Mataram tanto boi, que parece que alguns deles tinham vida.
Tem dias que eles voltam e ficam pastando na lama ao lado da Pedra do Guindaste, cuidado, cuidado.
(A bela Pedra do Guindaste, secular no leito do Rio Amazonas, imponente, como fonte cultural da mitologia da Amazônia, tem milhares de mitos e lendas que povoam o imaginário popular)
Por: Neca Machado – Pesquisadora da cultura tucuju













PARTE 02
(A bela Pedra do Guindaste, secular no leito do Rio Amazonas, imponente, como fonte cultural da mitologia da Amazônia, tem milhares de mitos e lendas que povoam o imaginário popular)
Por: Neca Machado – Pesquisadora da cultura tucuju

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)







CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE

·         E a velha Pioneira se espreguiçando toda, puxava na memória seu arquivo de estórias mitológicas, da encantadora Pedra do Guindaste do leito do Rio Amazonas na frente da cidade de Macapá-Amapá.
E voltou a desafiar: tu lembras do hospede do Hotel? E o ouvinte de novo a balançar a cabeça com o sinal de não.
E iniciou assim:
Era uma noite de festa, daquelas que só Macapá sabia dar, mordeu o beiço, hum!
Bons tempos, e continuou: a festa tão animada, acho que tinha um nome de estrangeiro, muita fruta sobre uma mesa central, e o ouvinte disse: não era o baile do Hawai?
Sim, sim, era esse mesmo nome.
O tal homem bebeu demais, passou da conta, começou a irritar outros convidados, e colocaram ele para fora.
Parece que desnorteado disse que ia urinar ali,
Foi e nunca mais voltou vivo
Voltou no outro dia, dentro do camburão da polícia técnica, sem olhos, sem as pontas dos dedos, sem roupas e desconhecido, dizem que os “tralhotos” comeram seus olhos.
 Eu não gosto desses peixes, até entram por aí e não saem mais do corpo da gente... Égua!
E soube de mais tarde, muito tarde, que ele aparece nas escadarias do hotel querendo buscar sua mala, dizem que mora na Pedra do Guindaste.

·         E cutucou no ouvinte, e da mulher queimada? Hum!
O incêndio que devastou parte das Docas de Macapá, além de muito prejuízo aos empresários da época, também fez vítimas fatais.
Em um dos quartos uma bela mulher vinda das ilhas do Pará, com seus cabelos dourados, o povo diz que era gringa era linda, o povo falava, não conseguiu sair das labaredas, seu corpo em chama foi consumido pelo fogo, e ela ainda teve forças de correr seminua para as bandas da Fortaleza.
Minha comadre diz que foi no enterro, deu muita gente, mas ela estava toda inchada,
Credo,
 Como a gente fica depois de morta repetiu.
Escutei muito tempo depois que ela voltou.
Mora agora ao redor da Pedra do Guindaste.
Dizem que já apareceu para muito pescador, dizem que corre sobre as ondas com um véu de fogo, e some feito um raio ao anoitecer.
Cruz credo!












“CONTOS QUE ENCANTAM...”


CONTO: OS MORADORES DA PEDRA DO GUINDASTE
(A bela Pedra do Guindaste, secular no leito do Rio Amazonas, imponente, como fonte cultural da mitologia da Amazônia, tem milhares de mitos e lendas que povoam o imaginário popular)
Por: Neca Machado – Pesquisadora da cultura tucuju


O MERGULHÃO FANTASMA.

BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)
A Velha Pioneira balançava a cabeça como a buscar na memória, seu arquivo especial.
E com seu sorriso enigmático lembrou do Pássaro fantasma. O belo Mergulhãoabençoado por São José, dizia ela entre os dentes.
A maré teimava em bater nas pedras que circundavam a Pedra central, a doGuindaste, disse ela: que as versões contadas por seus antepassados, tinham contradições, disse que em uma delas, a Pedra foi cortada ao meio por um navio estrangeiro, em outra afirmou convicta que a Cobra Sofia, saiu de Santana, um município próximo de Macapá, e se apaixonou pelo santo e não foi correspondida que se enlaçou na pedra e a derrubou, noutra disse que um grande Pirarucujunto com um cardume de peixes bateram tanto na pedra que ela foi derrubada...
Enfim tem milhares de versões que cabe a cada um aceitar, resmungou.
E a Pedra do Guindaste continua imponente tendo ao topo o belo São Joséesculpido pelo português Antônio Pereira Costa.
Mas vamos lá repetiu, não tô demente.
Era uma bela noite de Lua cheia, o trapiche feito uma rua, e a imagem da Lua refletida sobre as aguas do Rio Amazonas, trouxe o maior, o mais belo e o mais inteligente dos Pássaros que conheci, disse ela.
UM MERGULHÃO DO ALEM!
Pescadores que atravessavam a maré se espantaram com o voo rasante do talMERGULHÃO, ele nem se parecia com um Mergulhão disse ela, de tão rápido, voava sobre as canoas que vinham para o Igarapé das Mulheres, as vezes descansava no braço do santo padroeiro da cidade de Macapá, em outras, ele mergulhava de bico no rio, e aparecia no espelho da Lua.
Égua disse ela.
E foi assim a madrugada toda.
Ele nem era preto, era de prata, as vezes reluzia tanto que dizem que era de ouro.
Sabe?
Tem muita gente que lembra dele.
Dizem que carregava nas costas o menino afogado,
Em outras estórias, dizem, repetiu, que ele puxava uma corda trazendo um defunto largado por aí, noutra ele vinha com a sereia, ela nas aguas e ele no céu...
Mas que ele apareceu, apareceu, repetiu.
Cruz credo.
De manhã, ainda tem um monte que é da sua família por ai.

(Pelas manhas na orla de Macapá-Amapá, centenas de Mergulhõesbuscam alimento no leito do Rio Amazonas, talvez apareça outroMergulhão fantasma por aí.)